o poema…
‘Cântico Negro’ publicado em 1926, no primeiro livro de José Régio, entitulado ‘Poemas de Deus e do Diabo’.
O tema central prende-se com a religiosidade e com as figuras de Deus e Diabo, como representação da dualidade de que o sujeito é formado. O poeta reflecte na sua individualidade e na forma como as suas escolhas moldam o seu caminho… na influência do grotesco e do sublime na sua existência infindável.
significado…
Escolhi apenas três estrofes deste poema. Fi-lo porque, para mim, eles contêm a sua essência.
Muito para além de contextualização histórica, de enquadramento na realidade de época, ou no avanço exploratório para o qual José Régio contribuiu durante a sua vida, este poema tem um sentido metafórico para mim.
Em cada trilho, que nos é imposto, temos como dever e responsabilidade seguir o nosso próprio caminho. Enfrentar as consequências das nossas escolhas. Reunir a força para declinar o que os outros querem que façamos, em prol daquilo que nos anima.
Não vou por aí é um acto de força. Não vou por aí é espalhar desconforto por aqueles que nos rodeiam. Não vou por aí é teimosia que se convencem que temos.
Não vou por aí é recusar tudo o que não sou, tudo o que não quero ser, e aceitar as circunstâncias difíceis do caminho que, de facto, desejo trilhar. Porque, no fim, acabamos todos na mesma morada final…
o poeta…
José Régio, pseudónimo de José Maria dos Reis Pereira, considerado um dos grandes criadores da moderna literatura portuguesa. Viveu entre 1901 e 1969.
Tocou uma parte impressionante das artes: escritor, contista, poeta, dramaturgo, romancista, ensaísta, novelista, cronista, crítico, autor de diário, memorialista, epistológrafo, historiador de literatura, editor e director de revista literária (Presença), desenhador, pintor e coleccionador de arte sacra e popular.
Deixou-nos um importante legado literário, com um extenso conjunto de publicações em géneros diversos.
“Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!”
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Obrigada e Até Breve!
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